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Disfunção da tireoide e resistência à insulina: existe relação?

Sim! As disfunções tireoidianas podem ter um impacto significativo no metabolismo e na sensibilidade à insulina.

A homeostase da glicose é influenciada de forma importante pelos hormônios tireoidianos. Estes exercem uma ação bem definida sobre o metabolismo da glicose, atuando sobre as suas diversas vias de sinalização.

Os HT apresentam ações genômicas e não genômicas sobre essas vias de sinalização, que são mais evidentes clínica e laboratorialmente nas condições de excesso ou deficiência hormonal.

Em condições normais, os HT influenciam tanto os níveis circulantes de insulina como o de seus hormônios contrarreguladores, além de ter uma ação importante na absorção intestinal de glicose, neoglicogênese e captação de glicose pelos te- cidos adiposo e muscular.

A associação entre disfunção tireoidiana e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é reconhecida há algum tempo, sendo essas duas condições as endocrinopatias mais comuns na prática clínica.

Em uma metanálise de 61 estudos, a prevalência do hipotireoidismo subclínico (HSC) em DM2 foi de 10,7% e se mostrou que o HSC pode influenciar o desenvolvimento de complicações crônicas no DM2, como nefropatia, retinopatia, neuropatia periférica e doença arterial periférica.
O hipotireoidismo clínico (HC) ou o HSC não diagnosticados podem afetar de forma adversa o controle metabólico no DM2 em um cenário já predisposto à doença cardiovascular.

Devido à alta prevalência das duas condições, se recomenda o rastreamento de hipotireoidismo em pacientes portadores de DM2.

Han C, He X, Xia X, et al. Subclinical hypothyroidism and type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. PloS One. 2015;10(8):1-22.