O estudo norueguês de Anders e Lars Haugvad publicado recentemente pelo American College of Sports Medicine avaliou a interferência do álcool na recuperação muscular após o treino aeróbico ou de musculação.
O estudo mostrou que existe uma alteração hormonal importante nas primeiras 12 a 24h após o consumo de álcool.
O álcool possui a capacidade de aumentar os níveis de cortisol e diminuir os níveis de testosterona livre. Isso acontece devido a interferência do álcool no eixo hipotalâmico – hipofisário – gonadal, ou seja, o álcool é capaz de interferir na cascata de secreção hormonal do nosso organismo.
As consequências dessas alterações hormonais são: o aumento do hormônio cortisol que estimula a degradação de proteínas musculares. Ocorre a diminuição dos níveis de testosterona o que altera o crescimento muscular e faz um “down-regulation” no anabolismo muscular.
De fato, nas duas situações o consumo de álcool parece levar ao menor ganho de massa muscular e a diminuição da recuperação muscular a longo prazo.
Além dos efeitos sobre os músculos o álcool também gera enormes prejuízos para a nossa saúde como: lesão das células hepáticas (em casos graves: cirrose hepática), acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática), insônia e alterações na qualidade do sono, alterações cardiovasculares agudas como as arritmias, alterações cardiovasculares crônicas (aterosclerose) e pancreatite alcoólica.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), mais de 70% dos homens e 60% das mulheres brasileiras, entre 12 e 65 anos, já consumiram alguma bebida alcoólica.
Estima-se que pelo menos 10% dos homens brasileiros fazem uso regular de álcool (3 a 4 vezes por semana) e muitos atletas amadores e profissionais também não escapam dessa estatística.